Thursday, December 23, 2010

O declínio da civilização ocidental - parte II

"Os camponeses da China, que dão grande atenção à restituição de todos os resíduos para o solo, são os que mais se aproximam dos métodos da natureza. Os chineses têm mantido uma população grande na terra sem que houvesse, concomitantemente, uma perda da fertilidade do solo. A agricultura do Império Romano falhou porque era incapaz de manter o solo em condições férteis. Os agricultores do Ocidente estão repetindo o erro da antiga Roma. Os solos no Império Romano, entretanto, eram chamados para saciar a fome de uma população relativamente pequena. As demandas da indústria naquela época eram praticamente inexistentes. No Ocidente há muito mais estômagos a alimentar e a necessidade das indústrias é uma carga adicional para as reservas do solo. O Império Romano durou 11 séculos. Quanto tempo durará a supremacia do Ocidente? A resposta depende da sabedoria e coragem da população em lidar com essas questões. Pode a humanidade regular seus negócios e romances de modo que sua principal posse - a fertilidade do solo - seja preservada? Da resposta para esta pergunta depende o futuro da civilização."

- Sir Albert Howard, Um testamento agrícola. Ed. Expressão Popular, 2007, p. 49.

O declínio da civilização ocidental - parte I

"A característica da agricultura do Ocidente é o uso de fertilizantes artificiais. As indústrias ocupadas na fixação de nitrogênio atmosférico para a produção de explosivos, durante a I Guerra Mundial, tiveram de encontrar outros mercados; o uso de fertilizantes de nitrogênio na agricultura aumentou e, até hoje a maioria dos agricultores ocidentais baseia seus programas de adubação nas formas mais baratas de nitrogênio (N), fósforo (P), e potássio (K), disponíveis no mercado. Aquilo que poderíamos chamar de mentalidade NPK domina as propriedades rurais como também as estações experimentais de pesquisa agropecuária. Interesses industriais criados em tempos de emergência nacional estabeleceram-se firmemente e não mais puderam ser desalojados."

Uma grande desvantagem das atuais democracias é que as indústrias decidem os rumos da nação com base em seu poder financeiro - os governos não parecem ter conhecimento ou capacidade de trabalho para agir de outra maneira - está é uma das causas do declínio da nossa própria civilização, e pior, anunciado há mais de meio século!

- Sir Albert Howard, An Agricultural Testament, 1943.

Nojo de terra?

No ocidente predomina o nojo ao rural. Há uma crença de que o mínimo de bactérias equivale ao máximo de saúde, quando o mínimo de bactérias leva à dominação de uma delas e doenças ocasionais. O máximo de bactérias permite o equilíbrio entre elas, e o equilíbrio natural leva à saúde máxima.

Sunday, December 12, 2010

O eclipse

O eclipse não é relativo, ainda que algumas pessoas o vejam e outras não. Depende apenas das posições dos astros, do ângulo entre Terra, Sol e Lua. É um evento no espaço-tempo que ficará impresso no cristal dos acontecimentos. Nossas mentes humanas perto disso são insignificantes, podem ser varridas da superfície do globo tão fácil como a borracha tira o grafite do papel. Ainda assim a pressão do lápis deixa uma marca mais firme no papel, e nós também, até certo ponto e em proporções variadas, deixamos no mundo nossas marcas.

Insignificantes se vistas do espaço.

Gigantescas se vistas por um irmão.

Wednesday, December 08, 2010

O inverso do PIB

Um Yanomami típico não precisa comprar quase nada. Sua caça, pesca, água, frutos, farinha, rede, casa, toda sua riqueza vem da Natureza, da sua terra e seu trabalho. Sua contribuição ao PIB é pífia, e ainda assim, não podemos dizer que ele seja pobre ou infeliz.

João e José almoçam pratos iguais. João todos os dias pede um refrigerante, José cada dia faz um suco com frutas do seu sítio. João não apenas contribui mais para o PIB, como também é menos saudável.

O PIB é uma medida não do que é produzido, mas do que é comprado/vendido numa certa área.

Quanto mais coisas uma pessoa precisa comprar, mais infeliz ela tende a ser.

Maria passou a tarde olhando o céu e escrevendo poesias, estava feliz. Ana estava tão entediada que foi fazer compras, contribuindo mais para o PIB que Maria.

Talvez o inverso do PIB seja um índice de desenvolvimento muito mais significativo. Ainda que não vença guerras militares, econômicas, midiáticas e ideológicas.

Guia do Terceiro Mundo





Pena que não seja tão fácil de achar...

mas http://www.estantevirtual.com.br/q/guia-do-terceiro-mundo

Moldova e o petróleo



Moldova é um país em algum lugar entre a Rússia e a Europa. A figura de cima mostra o petróleo (marrom médio) e gás natural (marrom escuro), e similares (o que faltava do marrom), entre outras coisas (demais cores) que o país importa. A figura de baixo mostra as exportações. Basicamente, Moldova importa apenas em combustíveis mais do que todo o fruto de todo o trabalho que fazem apenas para os outros. Em outras palavras, sem contar o que produzem para si próprios, ainda precisam trabalhar para o resto do mundo para comprar só combustíveis, e ainda falta dinheiro! (combustíveis minerais e lubrificantes importados em 1994: 19.46 bilhões de dólares; o total das exportações aparece no meio da figura: 18.94 bilhões.) Ainda que esse tenha sido o fundo do poço de um certo país que ninguém que eu conheço conheça, vivemos bem parecidos, não?

O mundo anda desigual demais, ou todo ele está burro assim?

.. Para saber mais, www.simnation.info