Monday, April 30, 2012

Sobre religião (definida como monoteísmo) "não ter nada a ver com homofobia"


Aqui (http://en.wikipedia.org/wiki/British_Raj) diz que o império britânico na Índia começou em 1858.
Aqui (http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI81562-15228,00-SER+HOMOSSEXUAL+NAO+E+UMA+ABERRACAO.html) diz que uma lei que "previa multas e prisão de até dez anos para os gays e lésbicas" foi implementada na Índia em 1861 (adivinhem por quem?).

Se os ingleses proibiram a homossexualidade tão cedo (apenas 3 anos depois de criarem o "British Raj"), é porque o negócio devia ser bem explícito.

Índia há milênios tem maiorias politeístas.
Inglaterra há séculos é monoteísta.
O homossexualismo foi crime na Inglaterra até 1967! (Procurem a história de Alan Turing, um dos pais do computador.)


China

"Os primeiros observadores ocidentais, como o jesuíta Matthew Ricci, cedo notaram a aceitação da homossexualidade na China, mas pouco puderam fazer para mudá-la. Na China moderna, por outro lado, a homossexualidade é olhada com desdém. Parte da razão para isso foi o imenso impacto feito pelo Ocidente a partir do século XIX."
(http://academic.brooklyn.cuny.edu/core9/phalsall/texts/gaytexts.html)

"A homossexualidade na China era tradicionalmente espalhada em toda a região antes da chegada dos valores cristãos e islâmicos via Ásia Central. Historicamente, relações homossexuais eram tidas como uma faceta normal da vida, e a existência da homossexualidade na China foi bem documentada desde tempos antigos."
"Como na Roma antiga, relações homossexuais eram prevalentes na China antiga e não foram consideradas como desvios morais antes da influência de culturas estrangeiras."
(http://en.wikipedia.org/wiki/Homosexuality_in_China)

A China sempre teve filosofias coexistentes, como o daoísmo e o confucionismo, e depois o budismo. O povo cultuava divindades ancestrais múltiplas, politeísmo.
A Roma antiga também era politeísta.
Valores cristãos e islâmicos = valores monoteístas.


Américas

"São muitas as evidências de que a homossexualidade era socialmente aceita entre os índios."
"o padre Manuel da Nóbrega, que em 1549 comentou que muitos colonos tinham índios como mulheres 'segundo o costume da terra'."
"Com a chegada dos portugueses, passa a valer no território brasileiro as ordenações, que classificavam a sodomia como o 'mais torpe, sujo e desonesto pecado'. No período colonial, contudo, há farta documentação sobre práticas homossexuais, justamente devido aos processos instaurados para puni-la."
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Homossexualidade_no_Brasil)

Os povos indígenas no Brasil eram em geral, se não na totalidade, politeístas.
Os portugueses (necessário dizer?), monoteístas.


Finalmente, alguns comentários publicados na revista Época (link na segunda linha do texto), por moradores de Belo Horizonte, capital do estado (Minas Gerais) cujas fotos sobre "turismo" mostram mais igrejas do que qualquer outra coisa:

FERNANDO HENRIQUE | MG / BELO HORIZONTE | 21/01/2010 11:58
"EM MINHA FAMÍLIA É E CONTINUARÁ SENDO.
Para minha família é e continuará sendo por todas as gerações. Se aparecer um gay entre nós, será expulso de nossa família e mandaremos para o Rio de Janeiro, "o melhor desdinop gay do mundo". Vá viver sua anomalia bem longe...Não aceitamos aberrações! "
ROSA MARIA | MG / BELO HORIZONTE | 12/01/2010 15:49
"EM MINHA FAMÍLIA É E CONTINUARÁ SENDO.
Em minha família gays são aberrações sim e vai continuar sendo por todas as nossas gerações. Mesmo que a Bíblia seja "um livro arcaico e cheio de contradições"... ela existe, já tem mais de 2000 anos e nos falar do nosso CRIADOR e nossa criação. Agora qual o livro mesmo com todas as mesmas contradições, falam em gays? E quem precisa de amparo biológico são gays, nós héteros, seres humanos normais, somos superiores à biologia, pois somos criação de Deus, não é preciso nenhum estudo para explicar nossa existência. A biologia foi criada por humanos passivos de erros."

Será preciso desenhar para fazer as pessoas entenderem que o monoteísmo é um desastre contra a natureza humana? Que o monoteísmo precisou inventar que a natureza humana é podre para poder assim dominar?

Sunday, April 29, 2012

Princípios


O princípio não sabemos como foi. Podemos imaginar uma história que nos satisfaça e que permita que vivamos em união e resolvamos os inúmeros problemas que a vida já nos oferece.

A história humana começa na pré-história, sejamos macacos, alienígenas ou anjos. Depois voltarei a este ponto. Por hora, quero dizer que começamos como pequenos grupos familiares, clãs e tribos. Depois vieram impérios e nações. Hoje duzentos e poucos estados-nação cooperam e competem sobre o globo terrestre, mutualizam, parasitam e fagocitam uns aos outros, sem que seus indivíduos reflitam - mesmo nas chamadas "democracias" - sobre como se dará o restante da união das famílias, clãs e tribos ainda existentes.

Muitos aceitam as chamadas "religiões" e não enxergam a extensão da diversidade de opiniões, nem têm o conhecimento necessário para compreenderem essa diversidade, mesmo que avistassem seus limites. Erram os que pensam serem esses limites amplos "demais", como se precisassem se aprofundar em todas as disciplinas do saber universal para compreender o básico que é a vida humana.

Será preciso decidir entre macacos, alienígenas ou anjos - qual a nossa origem? - para sabermos o que é ser humano? Poderá o início ser mais importante que o meio? Pode o óvulo fecundado ou algumas poucas células que se dividiram como protozoários serem tão importantes quanto eu que escrevo e você que lê? Pode uma semente ser mais importante que a árvore inteira? Sabemos que aquela árvore foi semente, mas nem toda semente resulta em árvore. Esse é um dos princípios básicos da Natureza.

Se a origem não é importante, como poderia o fim? Pode a morte ter status superior ao da vida? É claro que todos precisamos morrer, caso contrário não haveria espaço para outras gerações. Buscar a imortalidade é um propósito egoísta que deve ser desprezado. Da ignorância do ciclo natural dos eventos resultam muitas tristezas.

Assim ficamos com o Agora, e num planeta extenso com tanto por fazer, o Agora já é "infinito", pelo menos para o nosso tamanho. Não convém esperar que nosso tamanho aumente, pois isso já seria abrir mão do Agora: substituir o certo pelo duvidoso. Mas não nos esqueçamos da diversidade: alguns trocarão o certo pelo duvidoso, como as mutações nos genes que aumentam a diversidade da espécie - e assim sua saúde. Esses que trocam o certo pelo duvidoso não devem ser vistos como "desviantes", mas como seguidores da seguinte regra natural: alguns seguem regras diferentes.

Mantenhamos o mundo em sua simplicidade natural, e as regras diferentes farão menos estrago.

Tuesday, April 24, 2012

Confúcio e Lao Tze


Confúcio visitou Lao Tze, e falou acerca da caridade e do dever para com o próximo.

Disse Lao Tze: "O farelo da joeira cega os olhos de um homem, de maneira que ele não pode ver em torno. Os mosquitos mantêm uma pessoa acordada a noite inteira, com as suas picadas. E do mesmo modo, essa conversa de caridade e dever para com o próximo quase me leva à loucura. Senhor! Esforça-te para conservar o mundo em sua simplicidade original. E do mesmo modo que o vento sopra onde lhe apraz, deixa a virtude ela própria se firmar. Para que desperdiçar tanta energia, procurando um fugitivo com um grande tambor?

"O cisne branco é branco sem se banhar diariamente. O corvo é negro sem se pintar diariamente. A simplicidade original do branco e do negro está além dos limites da argumentação. A perspectiva da fama e da reputação não é digna de ampliação. Quando a lagoa seca e os peixes são deixados na terra, umedecê-los com um sopro ou molhá-los com cuspo não se compara com deixá-los em seus rios e lagos nativos."

Regressando de sua visita a Lao Tze, Confúcio se manteve em silêncio durante três dias. Um discípulo perguntou-lhe: "Mestre, quando viste Lao Tze, como o advertiste?"

"Vi um dragão", respondeu Confúcio. "Um dragão que pela convergência mostrava um corpo, pela radiação tornava-se cor e correndo para as nuvens do céu alimentava os dois princípios da criação. Fiquei boquiaberto. Como pensas, então, que eu fosse advertir Lao Tze?"

- Lao Tze e Chuang Tze: a essência do taoísmo. Tradução David Jardim Júnior. Ediouro, 1985.

Thursday, April 05, 2012


BH é shopping, bar e igreja. O primeiro, o templo de todos. O segundo e o terceiro, templos algo opostos, já que cada um interpreta o "sangue de Cristo" à sua forma, como naquele episódio dos Simpsons onde, ao toque da primeira trombeta do apocalipse, os que estavam no bar correm pra igreja e os que estavam na igreja correm pro bar. Na vida do bar, nas festas dançantes ou não - e cada vez mais não - resta a alguns beber, resta a muitos beber cerveja ou refrigerante (açúcar também é droga, embora lícita), e então já é a AMBEV um dos dez maiores lucros do território nacional. A lei seca no trânsito vira piada na TV, e os assassinos sobre rodas continuam impunes. A própria carrocracia laicocristã transforma os cidadãos nas criaturas mais dóceis, imbecilizadas, sedentárias, preguiçosas e mal adaptadas à realidade que a humanidade já conseguiu criar. Basta o fim do petróleo e pufff ou 90% do que nossa civilização construiu vai-se embora ou vamos encher até o último telhado de pás eólicas e painéis solares, criando-se sabe lá que novo cenário de degradação da saúde. BH é mais uma instância da babilônia posmodernocidental.