Tuesday, May 07, 2013

A vida não é feita de retas ou elipses


As árvores da vida, como diferem das retas, elipses e paralelepípedos mortos da mente matemática. Como a forma arquitetônica é uma negação das formas vivas! Assim como arquitetos mandam cortar as árvores ao redor de seus presunçosos edifícios. Tudo porque nos ensinaram a sentir algo errado no culto à Natureza ao ar livre - Como índios, que primitivo! Para uma mente que aprendeu a acreditar no progresso como bem, na necessidade do eterno progresso, afastar-se da Natureza soa como o derradeiro avanço! Exterminar a diversidade da vida e substituí-la por meia dúzia de commodities já sem sabor - é isso a máxima reverência que se faz ao glorioso intelecto? Viva e deixe morrer, que o povo é mais justo que os juízes - desde que não manipulado por outra sorte de juízes - que não se atrevam, pois, juízes e bispos a tentar conduzir os assuntos humanos. Têm nos causado a todos mais danos que benefícios. Quando essas palavras deixarão de ser abstratas? Quando não mais aceitarmos a Matrix quadrada onde dia a dia nos enterram vivos, a nós e a nossos descendentes, sob o manto "sagrado" da legalidade. Sagrada é a diversidade da vida e dos povos que a respeitam.

Progredir para onde?


A bandeira brasileira é o símbolo da diversidade. O verde das matas, a diversidade molhada, ensolarada, farta, gostosa e espetacular dos trópicos. O ouro amarelo é um dos elementos da tabela periódica, que gera a química e todas as formas de vida. O céu estrelado (antes das cidades como "vida") pulsa uma energia própria, comunicativa, cheia de força e sabedoria. Uma estrela se posiciona acima das outras. Brasília? Rio? Li que é o Grão-Pará. A propósito, como Rio Grande do Norte e do Sul? se o Rio Grande Mesmo - do Mundo - é o Amazonas? O mundo "desenvolvido" acostuma-se a monoculturas e despreza a própria vida, sua diversidade e esplendor. A Vida, por tudo que nos traz de belo, saudável, justo, merece ser chamada de Sagrada. Nenhum livro merece esse título enquanto não transmitir claramente esse preceito. Talvez nenhum livro mereça o título de sagrado. Ainda menos livros que tratam nosso planeta como um objeto descartável e até mesmo desprezível. Mas "ordem e progresso" não especifica a ordem, muito menos o progresso. Qual o nosso Norte? Ou a pergunta seria Qual o nosso Sul? A diversidade das matas, cerrados, desertos, campos, rios, cavernas e mares? O ouro e outras "commodities"? O Universo e além? Não vejo como que estuprando e descartando nossa planeta-mãe seremos bem recebidos em outras estrelas. Se não compreendemos nossos próprios mitos - e o que dizer dos alheios - como poderemos ser bem recebidos nas estrelas? Para isso precisaríamos entender: A diversidade da vida é sagrada. As exceções são a regra. Uma monocultura é mais perigosa, mais suja, mais pobre que seu equivalente em Diversidade. Mas se acreditarmos que "cosmopolita" significa "semelhante", que "superior" significa "melhor", que o bem pode ser separado do mal sem matar o paciente ou deixá-lo vegetando - então não teremos aprendido nada útil ou importante. Pelo contrário, seremos nocivos e provavelmente erradicados pelo controle de zoonoses intergalático. Por mais bela que seja nossa bandeira, são nossas ações - e as não-ações - que contam.