Rubem Braga I
"Deito-me na rede,olho as nuvens vagabundas.
Creio que aquelas que estão
paradas lá longe,
branquinhas, espichadas
como franjas, se chamam
cirros; e essas gordas,
brancas, que brilham ao sol
aqui mais perto, se chamam
cúmulos. Mas não é preciso
saber seus nomes; deixo-me
levar pela fantasia de suas
esculturas, e vou vagando
ao sabor de seus caprichos.
Direis que essa ocupação não
é construtiva; responderei
que estou contemplando
o céu da minha Pátria.
Sempre é algo de nobre
e afinal há momentos em
que a gente se cansa de olhar
a terra e os homens."
da crônica "Na rede"
(Quem me dera ter escrito isso. Pensando bem, que bom que pude ler isso.)
2 Comments:
Bão mesmo... não lembro de ter lido esta crônica. Na verdade tenho um livro que chama 200 crônicas e tem crônicas de todos os livros originais que ele lançou, mas ainda não li o livro todo...
Essa tambem eu não tenho certeza de ter lido...Essa é uma dúvida cruel, não há um certo rancor em todo cronista que se preze (somos nós) em não ter escrito alguns tantos desses versos do cronista...?? Ou sentimos uma benção em poder ler essas coisas como quem se rende ao transcendente??
O meu verso seria o "já fui acusado de amar mulheres tristes"...
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