É Natal
Um vento gelado cortou o ar sobre o asfalto, enquanto eu me afastava a passos largos de um shopping movimentado pelas ânsias natalinas. O frio vagamente familiar insistia em me lembrar de coisas que eu preferia esquecer, ali. Olhares pobres atravessavam o ar como setas no vazio, atravessando corpos e objetos como flechas sem vontade. Olhares desconhecidos mantinham a humildade de perscrutar, em busca de intimidade, ou de aceitação, ou de visibilidade, desejosos de serem vistos, de
existirem aos olhos do sistema.
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