Sunday, April 08, 2007

De formigas a homens

Quem aí sabe o que é sentar-se no chão e observar as formigas? Que prazer mundano e simples! Que beleza a organização e a capacidade de comunicar-se, o locomover todas aquelas patas sem confundir-se! A Natureza consegue os maiores prodígios agindo como aquela estátua da justiça, às cegas. Na tentativa e erro, nas variações individuais que fazem um todo colorido e belo, nos pequenos e grandes acertos e defeitos de cada um de nós, vive a força da vida.

As menores formigas têm os mais diversos e intrincados sistemas de comunicação, regras, toques e movimentos ritualizados. Mas não leve a comparação tão a sério. Todas as formigas são igualmente ricas em códigos ocultos, bastam olhares à espera de começar a desvendá-los. Tudo ali é sentido, necessidade, objetivos e trabalho. Mas engana-se quem só vê isso. Um indivíduo fica horas imóvel. O trabalho da maioria é que alcança os resultados.

Ouvir o barulho que conseguem fazer insetos às vezes menores... testa-se os limites do universo, da audição e visão e tato. O mínimo e menor esforço conseguido é por isso mesmo um enorme esforço! Em outras palavras, qual a fórmula para otimizar os resultados minimizando as tarefas? É assim que trabalham formigas e homens.

Mas como se vive? Perdem os homens seus dias e noites atrás de venturosa tarefa, escondida entre as ondas de oceanos turbulentos e inacessíveis, labirintos lingüísticos.... esqueçam! As palavras jamais captarão a Essência.

Pois que há uma Essência, que nasceu em mim, que conheci e conheço a cada dia, mas só eu sei do que estou falando. Acho que é o que uns chamam Deus, outros inspiração, mente, eu, I, yo, ya, kamiyë, algo anterior, mais sábio, mais completo e superior em sua vontade, sua astúcia, seu grau de acerto e experiência, experiência milenar, supra-milenar...

Em uma palavra, Instinto.

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