Chuva
Finalmente a chuva cai. Aqui, é no fim da tarde que as águas e as idéias costumam cair sobre o papel. Uma chuva de verdade sempre gera chuvas posteriores, sejam de idéias, de acidentes, sensações, divagações arbitrárias, seja de vida - como agora na floresta.
A chuva de agora, de hoje, desses dias, de sempre, é a mesma que abastace a floresta, e que dela dependeu e depende.
A chuva, nos momentos de caminhada, pode ser leve ou pesada, pode ser boa ou não para a mente do andarilho, mas é sempre algo de nobre.
Se deixada desligada, despreocupada, a mente do viajante de repente faz brotar a idéia às vezes tão aguardada, como chuva que cai sozinha. Desligada, a mente permite ao andarilho, a seu mero corpo, se misturar ao ambiente - à mata, à chuva que cai.
A chuva, no fim das contas, pode pender do céu, verter-se em água por uma linha para dentro de um copo, e umedecer assim as idéias desse mesmo viajante.
1 Comments:
A foto me lembrou a música do Moraes Moreira que diz
Olha a chuva quando cai
e molha a folha aqui na telha
Faz um som assim
Um barulhinho bom...
Na gravação da Marisa Monte o som da chuva na percussão e no ritmo da voz dela são maravilhosos.
Gostei do texto também.
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