A nova economia de Adam Smith
Adam Smith, quem diria, também estabeleceu as bases de uma nova economia:"O que pode ser acrescentado à felicidade do homem que goza de boa saúde, não tem dívidas e está com a consciência limpa? Para alguém nessa condição, todos os acréscimos de fortuna podem ser justificadamente supérfluos; e, se ele muito se exaltar por causa deles, isso só poderá ser fruto da mais frívola ligeirice. [...] Mas, embora pouco se possa acrescentar a essa condição, muito se pode subtrair dela. Pois, ainda que o intervalo entre ela e o ponto mais extremo da prosperidade humana não seja mais que uma ninharia, o intervalo entre ela e o fosso da mais profunda infelicidade é imenso e prodigioso. A adversidade, em razão disso, necessariamente deprime a mente do sofredor a um ponto muito mais baixo do seu estado natural do que a prosperidade é capaz de fazê-lo erguer-se acima deste."
- Adam Smith (1759): The theory of moral sentiments. Ed. D. D. Raphael e A. L. Macfie. Oxford, 1976, p. 45. APUD: Eduardo Giannetti, 2008. O Livro das Citações, Companhia das Letras, p. 213.
O que autor está dizendo é que não é possível gerar muito mais felicidade do que proporciona o estado natural. Pelo contrário, o esforço descomunal da maioria das nações em aumentar a produção de bens e serviços tende a destruir a felicidade anterior, que acontecia quando a subsistência já estava garantida. A destruição dos recursos naturais, o desmatamento, a poluição, etc. causam a miséria de milhões, apenas para gerar um excedente de bens brilhantes e desnecessários - causa infelicidade de um lado, sem garantia alguma de verdadeira felicidade do outro. Como bem percebeu Marx, a história humana tem sido uma luta constante de poucos "donos do mundo" contra as massas expropriadas. E há quem chame isso de "apenas mais uma interpretação". Não tenho dúvidas de que esses "posmodernos" estão sendo muito bem pagos por esses mesmos "donos do mundo" para manter e ampliar a confusão.