A vida não é feita de retas ou elipses
As árvores da vida, como diferem das retas, elipses e paralelepípedos
mortos da mente matemática. Como a forma arquitetônica é uma negação das
formas vivas! Assim como arquitetos mandam cortar as árvores ao redor
de seus presunçosos edifícios. Tudo porque nos ensinaram a sentir algo
errado no culto à Natureza ao ar livre - Como índios, que primitivo!
Para uma mente que aprendeu a acreditar no progresso como bem, na
necessidade do eterno progresso, afastar-se da Natureza soa como o
derradeiro avanço! Exterminar a diversidade da vida e substituí-la por
meia dúzia de commodities já sem sabor - é isso a máxima reverência que
se faz ao glorioso intelecto? Viva e deixe morrer, que o povo é mais
justo que os juízes - desde que não manipulado por outra sorte de juízes
- que não se atrevam, pois, juízes e bispos a tentar conduzir os
assuntos humanos. Têm nos causado a todos mais danos que benefícios.
Quando essas palavras deixarão de ser abstratas? Quando não mais
aceitarmos a Matrix quadrada onde dia a dia nos enterram vivos, a nós e a
nossos descendentes, sob o manto "sagrado" da legalidade. Sagrada é a
diversidade da vida e dos povos que a respeitam.
Progredir para onde?
A bandeira brasileira é o símbolo da diversidade. O verde das matas, a
diversidade molhada, ensolarada, farta, gostosa e espetacular dos
trópicos. O ouro amarelo é um dos elementos da tabela periódica, que
gera a química e todas as formas de vida. O céu estrelado (antes das
cidades como "vida") pulsa uma energia própria, comunicativa, cheia de
força e sabedoria. Uma estrela se posiciona acima das outras. Brasília?
Rio? Li que é o Grão-Pará. A propósito, como Rio Grande do Norte e do
Sul? se o Rio Grande Mesmo - do Mundo - é o Amazonas? O mundo
"desenvolvido" acostuma-se a monoculturas e despreza a própria vida, sua
diversidade e esplendor. A Vida, por tudo que nos traz de belo,
saudável, justo, merece ser chamada de Sagrada. Nenhum livro merece esse
título enquanto não transmitir claramente esse preceito. Talvez nenhum
livro mereça o título de sagrado. Ainda menos livros que tratam nosso
planeta como um objeto descartável e até mesmo desprezível. Mas "ordem e
progresso" não especifica a ordem, muito menos o progresso. Qual o
nosso Norte? Ou a pergunta seria Qual o nosso Sul? A diversidade das
matas, cerrados, desertos, campos, rios, cavernas e mares? O ouro e
outras "commodities"? O Universo e além? Não vejo como que estuprando e
descartando nossa planeta-mãe seremos bem recebidos em outras estrelas.
Se não compreendemos nossos próprios mitos - e o que dizer dos alheios -
como poderemos ser bem recebidos nas estrelas? Para isso precisaríamos
entender: A diversidade da vida é sagrada. As exceções são a regra. Uma
monocultura é mais perigosa, mais suja, mais pobre que seu equivalente
em Diversidade. Mas se acreditarmos que "cosmopolita" significa
"semelhante", que "superior" significa "melhor", que o bem pode ser
separado do mal sem matar o paciente ou deixá-lo vegetando - então não
teremos aprendido nada útil ou importante. Pelo contrário, seremos
nocivos e provavelmente erradicados pelo controle de zoonoses
intergalático. Por mais bela que seja nossa bandeira, são nossas ações -
e as não-ações - que contam.