Bolhas meméticas num universo de espuma
- Deus induz ao conformismo e à subordinação. É para isso que foi inventado. Acredite se quiser.- Tem quem bote a culpa na Internet sobre os alunos hoje fazerem trabalhos Ctrl+C, Ctrl+V. Com todas as portas que a Internet nos abre, não é mais justo criticar o professor, que poderia argüir alguns alunos sobre o assunto do trabalho (e nem precisa ser na frente dos outros) e condicionar a nota final ao seu aprendizado do assunto; no mínimo ter realmente lido suas fontes?
- A falta que o conhecimento biológico faz às humanidades fica mais evidente quando se desenha utopias. Todos temos ideais de um futuro justo, próspero e factível. O que é justiça e o que é prosperidade podem ser entregues à subjetividade das ciências humanas; mas o que é factível é muito provavelmente melhor descrito pelas ciências biológicas. Afinal, acreditar que o humano seja infinitamente moldável e adaptável é de uma crueldade e ignorância sem limites, e que já pontilhou a história de inúmeras manchas amargas.
- Por que ser bom? Deus não existe. Diga às crianças: "Deus não existe, mas se você for mau, as pessoas vão saber, e você não terá amigos. Os amigos são a coisa mais importante na vida, por isso somos bons. Viu? A bondade não depende de Deus."
"Nós, seres humanos, somos animais numa selva." Assim você consegue entender o mundo, não com Deus. Com um Deus bonzinho e todo-poderoso, nada faz sentido. Como animais, tanto o bem como o mal estão explicados: são instintos sociais.
- Teme-se que o mal tome conta da sociedade se acabássemos com a idéia de Deus. Mas a insistência em um Deus (em sacerdotes) que ditam o certo e o errado coloca o poder nas mãos de poucos. Daí nascem as injustiças. Deus é o remédio amargo para o povo engolir e tolerar. Uma nação sem Deus poderia ter muito mais pessoas críticas e curiosas, o que é um passo fundamental para a verdadeira democracia. Cabe às leis humanas manter a ordem. E se for uma ordem informada, tanto melhor.
- Depois que as galinhas dormem, os bacuraus despertam. No ápice de uns está o não de outros. É assim que o mundo gira, e enquanto uns se casam outros atingem a maturidade. Infeliz daqueles para quem os dois eventos são um só -- terão perdido 1/3 da vida?
- A palavra esperança devia ser duas, pois existem dois tipos primordiais de esperança: um, o do guerreiro que luta acreditando possível vencer; outro, o de quem espera um presente sem lutar. Como o escravo que espera que o patrão canse de lhe bater (ignora a psicologia do prazer no verdugo) ao invés de fugir. Esta é a esperança do catolicismo (mas toda religião só funciona quando se ignora a psicologia subjacente). A primeira, a esperança do protestantismo (nossas igrejas evangélicas). Está explicado porque os mais pobres tendem a ser evangélicos (querem e acabam melhorando de vida) e os mais ricos tendem a católicos (não querem nada, a não ser que a brisa divina continue soprando).
Modificar, melhorar a sociedade não está no vocabulário de quem não busca entendê-la.
- O cristianismo começa na culpa e termina no arrependimento. Silencia-se sobre a invenção da culpa e sobre a reparação dos erros cometidos.
Dizer que só algumas pessoas não precisam de religião para serem boas é afirmar que Deus errou em sua obra.
O ser humano é melhor do que isso.
- Para melhorar a sociedade:
-- Fazer as pessoas pararem de ler Veja e assistir Globo (com a ajuda da Internet?)
-- Descobrir e divulgar se a pequena propriedade rural produz mais que o latifúndio, e cobrar do governo incentivos justos
-- Buscar a informatização dos cartórios
-- Os intelectuais, jornalistas e professores usarem as ferramentas existentes de comunicação (páginas web, blogs, fóruns de discussão, etc.) para divulgar e debater suas idéias. Isso ajudaria a acabar com a hegemonia da mídia (os EUA têm seus defeitos, mas fazem isso bastante)
-- Combater o progresso pelo progresso. Para onde queremos ir?
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