Saturday, September 09, 2006

Pensamentos

Estou na fila do banco enquanto as horas passam
Os dias passam, o rio sobe, a gente cresce
Os anos vão, o rio corre e a gente desce
Sem saber direito onde vai dar
Imaginamos; acreditamos que planejamos
Só não sofremos por antecedência por falta de necessidade
E consciência da distância que o tempo tem

O tempo
É a ilusão que nos governa
Nós, loucos temporais presos numa caverna
Soltos sozinhos numa geleira
Seguindo adiante sem paciência
E, às vezes, com uma inútil reverência
Medimos o tempo e por ele nos definimos
Mesmo que não exista definição que o valha
Vivemos de juntar migalhas
Que do passado lançamos ao futuro
Sem nunca juntar os pedaços
Apenas, com estardalhaço
Deixar pro futuro a vida plena

Somos movidos pelo prazer
Na busca do prazer individual - que reproduz gente e intrigas
Causamos o desprazer geral
O homem moderno restringe seu desejo a quatro paredes, a poucas horas, a uma companhia
O homem moderno chama de prazer os meios para alcançá-lo mas, no fundo, sabe que mente
Só aceita a mentira porque...
Porque...
Por quê?
Será por medo
Por comodismo
Por preguiça
Por querer ser igual aos outros
Por não saber duvidar
Por não saber questionar
Por não querer negar/rechaçar/suprimir/reverter a mentira
A mentira de que estamos de acordo
E que sabemos o que estamos fazendo
E que de Deus é a voz do povo
Que povo?
Que povo, meu Deus?
Que Deus?
Que Deus, meu povo?
Que voz é essa?
Quem é que fala?
E quem é que cala?

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