:.No Banho.:
No banho, feche a torneira para ensaboar-se. Deslize os braços por trás das costas, até fazê-los tocarem as palmas das mãos, com os dedos juntos alcançando a parte de trás da cabeça (olhe para cima).
Caso caia uma gota d'água, lembre-se: a água é mais importante para nossa vida do que Deus. Não importa se foi Deus quem fez a água; a água já está feita, já é. Deus discute-se. Sabemos o que é a água, mas o que é Deus?
Tente fazer uma oração reversa: agradeça à água. Qual sentimento vem ao seu íntimo? Confiança? Ou medo, de que um dia a água falte?
Coragem e sabedoria
O indivíduo corajoso o bastante morre na guerra sem se lamentar. Isso porque é tão corajoso que não há quase nada que ainda não tivesse experimentado. Quando um homem chega a esse ponto, de já ter provado de tudo um pouco, só restam duas alternativas: ou viver para sustentar, criar, educar e amar sua prole, ou viver por puro apego à vida - apego este que, do ponto de vista daquele que se entrega à guerra ou à qualquer forma honrosa de auto-destruição, é apenas um tipo infantil de egoísmo, pois apenas as crianças ainda não experimentaram o suficiente para permanecerem curiosas o bastante para viver. De qualquer forma, sacrificar-se na guerra é outra - e, espera-se, a última - forma de garantir o sustento, a formação e o respeito dos próprios filhos, dada a necessidade.
Outra coisa são os sábios. Estes não se sacrificam, nunca se sacrificaram, porque sua existência já é uma renúncia em favor do conhecimento, por amor ao conhecimento, e este se faz, geral e preferencialmente, às expensas da prole. Renúncia a quê? você pergunta. À normalidade. À vida social, prazerosamente simples, animada pelos amores e tragédias comuns a todos, e que permitem a todos se identificarem a uma espécie comum - comum - da qual o sábio ora lamenta, ora agradece não fazer parte.
De um lado, o guerreiro; de outro, o sábio.
De um lado, carne. Do outro, a mente.
Esta dicotomia move o mundo e alimenta os espíritos. Ou não, o mundo se moveria só de carne, mas não foram as armas, a pólvora, flechas, armas, tecnologia e indústria os substitutos dos músculos na eterna luta pela sobrevivência? Não seríamos humanos sem a mente. E o ser humano, entre os animais, distingue-se pelo exagero, pela desproporção de todos os seus atributos destinados à inteligência. Dado este quadro, não seria de se esperar uma casta imune à atração quase gravitacional do imperativo reprodutivo? Imune, em outras palavras, dos prazeres exclusivamente carnais? E libertando-se, assim, mais que os outros para os prazeres da criação intelectual?
Não poderia, em tal quadro, a seleção de grupo desempenhar uma tarefa significativa?
C'est la vie
Quando eu chego em casa frustrado por não ter pego quem eu queria, às vezes a minha única desculpa, meu único consolo é comer uma lata de atum. Uma lata de 120 gramas (peso drenado) custa por volta de R$2,50. Se eu pensar que no brega onde estava um cachorro quente custa cerca de R$2,00, até que o custo/benefício compensa. O que não compensa é o segurança na porta da boate Natureza, ou melhor, um lá dentro e o outro do lado de fora, vigiando uma outra boate do lado, ou o que eles chamam de boate, e que só tinha umas sete ou oito pessoas dançando lá dentro. Nesse domingo o segurança ficava do lado de fora, um índio com aquela cara arredondada, com o jeito modesto que só eles têm, o sorriso simples, disfarçado de ingênuo, falso, sacana, maldito e benditamente delicioso, e o braço mais duro que um pedaço de tijolo, grande que nem um jabuti masseta, e aquele riso calmo, sacana, sabedor do quanto eu invejava e ao mesmo tempo desejava ele, seguro da sua virilidade, do seu corpo fantástico, e do seu direito de dizer não, só olhe, sempre, pra sempre, nunca, jamais, acontecerá nada. E o pior não é a cara dele de desaprovação, ou antes, impossibilidade, sem nenhuma conotação pejorativa, sem nada moralista nem nada, o pior são as caras das duas vagabundas sentadas na porta, ou lá dentro, mas em geral acompanhando ele escada acima ou abaixo, cientes do meu desejo, insatisfeitas com minha desconsideração para com elas, e sacanas, olhando com aquela cara de quem quer dizer, tsc tsc tsc, mas não diz, apenas olha e ri, num misto de insatisfação que um cara branco, alto e de fora não é nada do que elas queriam, nunca vai ter um olhar de desejo na direção delas, nem também um pensamento de tirar elas dali, e sei lá o que mais aquelas mentes podem querer, só sei da minha mente, cobiçosa, desejosa, ardentemente a fim daquele índio com aquele braço responsa, masseta, deliciosamente grosso, duro, firme e à vontade consigo mesmo, como só alguns índios sabem ser. Sendo assim, cheguei em casa antes da meia-noite, pra não falar do segurança de dentro do Natureza, outro brutamontes delicioso, que também não quis nada comigo, e que ainda assim um dia eu volto lá, só pra ter o prazer de olhar na cara dele e tentar pescar a reação de me ver de novo ali, mesmo que não seja nada, reação alguma, indiferença e desconhecimento, volto só pra olhar de novo aquelas caras de homem e aqueles braços de deuses do concreto, deuses duros e saciados de todo prazer mundando que caras como eu querem deles, e que me frustro por não ter, por não poder ser alguém que os impressione e que os faça desejar alguém mais do que tudo, qualquer coisa mais do que tenho, qualquer coisa que corresponda ao meu desejo inconseqüente, insaciável, suicida e ainda não satisfeito, talvez, muito provavelmente, jamais satisfeito.
A história que não tinham contado ainda (até porque ainda não tinha acontecido)
O país A invadiu o país B. Mas não foi uma invasão comum, pelo contrário, foi algo que nunca, até então, ninguém tinha visto ou pensado, nem mesmo as criancinhas, que mesmo tendo sempre sacadas geniais, quase ninguém se lembra de escrevê-las, e quando essas mesmas crianças aprendem, por fim, a escrever, já ficam tão deformadas pelas inutilidades e pelas coerções escolares que já não se lembram mais de ter aquelas idéias geniais. O país A invadiu com muita calma o país B. Aliciou revolucionários de B, insatisfeitos com o sistema vigente em seu país, à medida que infiltrava seus próprios militares, como turistas ou estudantes, casando-os com as mulheres locais, ou as mulheres militares com homens nativos, mas também distribuindo-os nas grandes companhias, as chamadas multinacionais, e até na política, na polícia, no circo, nas padarias e, pasmem, no próprio exército de B. Claro que na maioria das vezes conseguiam uma identidade falsa, e os espiões (que na verdade não eram todos espiões, porque a maioria só fazia esperar pelo dia do ataque), esses espiões e não-espiões achavam muito fácil se passar por cidadãos de B, porque os dois países eram vizinhos e compartilhavam de uma história, e quem sabe, uma pré-história, comum, chegando mesmo a ter sido sugerido por alguns revolucionários (aqueles insatisfeitos) que as duas nações se unissem, sendo que para todos os outros cidadãos, fora esses revolucionários, a idéia era totalmente absurda, uma completa negação, ou "ignoração", como diriam os mais modernos, da história recente e da distante, do mundo todo. Dizia-se mesmo que era contra a própria biologia da espécie, que só se confortava com a perspectiva de pertencer a um grupo bem definido, de dentro do qual é possível proteger-se dos grupos hostis, todavia necessários para um dos instintos mais basais do homem, que é o de falar mal dos outros, de preferência estrangeiros, mas também loucos, gênios, poetas, bêbados, atrizes, atores, políticos, policiais, vendedores, garçons, clientes, patrões, funcionários públicos, pobres, ricos, miseráveis, desdentados, exibicionistas, belos, feios, altos, baixos, gordos, magros, sarados, consumistas, desapegados, luxuriosos, jejuadores, padres, madres, freiras, bispos, pastores, advogados, juízes, professores, alunos, enfim, falar mal, verbo intransitivo. Mas sempre se considerou saudável manter a harmonia social (isso antigamente), daí a predileção especial em falar, e pensar, mal de estrangeiros - xenofobia. E para uma biologia xenófoba, ou xenofóbica, ou filosofando mais além - xenofobófila, que é a pessoa que ama a sua xenofobia, não faz sentido pensar em unir pacificamente dois países, ainda que vizinhos, ainda que irmãos. Mesmo que fossem gêmeos siameses!, exaltavam-se alguns. Até que, naquele dia, foi dado o sinal, e todos os espiões e não-espiões de A que estavam em B começaram a matar, sozinhos, em duplas, trios ou grupos ainda maiores, seguindo planos dos mais variados, o máximo de policiais e militares do país B, o que foi relativamente fácil, porque a data escolhida era um dia de grandes comemorações - e por conseguinte, grandes distrações - cívicas e militares; era, ironicametne, o dia do aniversário da independência de A (não em relação a B, que jamais houvera sido, até então, sua "metrópole"; mas em relação a C, que havia sido, até não muito tempo atrás, o país distante, sub-tropical, pequeno e rico a colonizar ambos, A e B, países tropicais grandes e também ricos, embora ocupados por um povo feliz, e por isso mesmo preguiçoso, indolente, acomodado e não-bélico). Com o sucesso do golpe foi fácil para A invadir, anexar, submeter e humilhar B e todo o povo de B, que, mesmo sendo indistinguível do povo de A, sentiu-se profundamente transtornado pela novidade, chegando às raias da indignação patriótica, na forma de manifestações tímidas que logo foram abafadas pelo governo de A e, mais tarde, completamente esquecidas.
Hoje os dois povos, que nunca haviam deixado de ser um só, são cada vez mais diferentes, inventando para si maneiras de se distinguir e se destacar e se isolar, de forma que o que antes era xenofobofilia passou a ser um ódio hiperbólico, uma repulsa homérica, e nunca mais alguém dirá que aquele povo, antes separado, era assim um só, e que só agora, juntos, vivem separados. Se é que alguém dirá alguma coisa.
O cinismo
Ele estava deitado com a arma na mão, o olho na porta aberta, a luz apagada. Na rua algum movimento ainda, e só o brilho leve de um poste fraco clareava o muro caiado, tosco.
De repente, ouviu um corpo se aproximando - podia sentir sua exata localização no espaço. Mexeu os dedos sobre a pistola, reapropriou-se das pernas e levantou em silêncio, apontando a arma na lata do invasor, que já entrava.
- Veio me procurar?, grunhiu.
O outro estava assustado. Não esperava a reação.
- Sim, vim fazer uma pergunta ao senhor.
- Pois pode fazer, tornou o primeiro, acendendo a luz.
- O senhor acha que o cinismo é uma doença da alma?
- Acho que o medo faz o homem perder a calma. E..., ele puxou o cão da arma, ...também acho que alma não existe. Mas - ele esperou para ver a reação que o "mas" causaria no outro, mas este já se borrava - se você diz alma querendo dizer das obscuras funções da mente, acho que pode ser cedo pra se falar de doença.
- Eu sabia que o senhor não seria precipitado.
- O que te parece, voltou o outro, enquanto fazia pequenos movimentos ligeiros com a arma para os lados, para mim o cinismo é um caminho sem volta. Uma vez que você abre mão de algum idealismo, alguma confiança estranhamente não-cínica, às vezes chamada crença, raramente volta atrás..., ele olhou para cima um instante, ...não conheço nenhum ex-cínico. Sob esse prisma, para chegarmos a doença, precisaríamos definir quanto o cinismo
estraga a alma.
O outro já tem uma expressão lúcida, atenta.
- Você sabe que os outros medem o seu cinismo, continuou o homem debruçado no leito, arma em punho, quero dizer, quem te conhece. Você sabe o significado da palavra estragar? Saber você sabe, mas a origem, a
etimologia da palavra? Eu não sei, e sacudiu com veemência a cabeça, mas me lembra ex- alguma coisa, tipo ex-mulher, mas repare que você está pressupondo que, se estragou,
antes era melhor. O quê que eu tô dizendo: se cinismo é doença, o não-sínico é o quê?
O outro sério.
- É o quê, criatura?, e de tão irritado deu um tiro de advertência sobre a cabeça do outro, que replicou de imediato:
- É bobo, quero dizer, é um idealista.
- Está certo, disse o primeiro, mas quantos idealismos têm os homens? E digo aqui os homens, que as mulheres sabem bem outros tantos. Quantos idealismos você acha que o cínico perdeu?
- Todos.
- Um cínico completo!
- Exato.
- Não sei se acredito nisso, parece ficção. Mas diga-me: esse cínico que você está propondo, ele anda de elevador?
- Hein?
- Ele usa elevador, ele
confia em elevador?
- Hum... sim?! Por que não?
- Se ele confia a própria vida numa máquina, numa ciência, de outra pessoa, então ele tem confiança em algo. Não é a confiança um tipo de idealismo?
- De maneira alguma... senhor.
Passa algum tempo, e o outro boceja.
- A confiança é algo que não existe para o cínico. Ele só pega o elevador porque é mais fácil que usar as escadas. Mas talvez... talvez..., o outro, que de assustado já não tem mais nada, olha para longe... talvez... lágrimas umedecem seus olhos, num esforço tremendo de especulação... talvez os cínicos tenham maior tendência para usar as escadas.
- Digamos que você é o cínico, interrompeu o outro, e eu sou o idealista. Você não se acha um doente?
- A minha doença não é o cinismo.
- Qual, então?
- Eu perdi a fé, e o homem chora.
- Sei, o outro coça o queixo com o cano de ferro enquanto olha pra cima, pensativo, Veja que engraçado, eu não me considero um homem de fé. E, no entanto, não sou cínico. Acho que conheço mais coisas do que você, coisas que me dão várias esperanças. A esperança abre um espaço para o idealismo.
- A esperança é um monstro, pronto para engoli-lo em vida, o outro tinha os olhos em brasa, era pura ira, A esperança é como a fé, uma coisa que eles te dão pra te acalmar! Procê não fazer besteira!
- É como as mentes inferiores pensam, de forma limitada, disse o outro. Novamente eu te pergunto, quantas esperanças têm os homens?
- A esperança de ser feliz.
- Creio que agora você já não tem mais nenhuma, e puxou de novo o cão do revólver (que tinha sido devolvido à posição inicial), Mas estamos perdendo o foco. Você perguntava se o cínico podia ser um doente. Acho que sempre haverão pessoas mais cínicas e menos cínicas. Em algum ponto o cinismo se torna doença? Acho que tudo em excesso pode ser prejudicial, e digamos que o cinismo não é assim como... o ar puro, o que acha?
- Você tem a oportunidade, a arma na mão, o poder é todo seu. Você não
precisa se rebaixar ao cinismo. Para você o idealismo é um luxo, um privilégio!
- O problema das mentes inferiores, interrompeu o outro, enquanto recolocava as balas no tambor, fechando o olho esquerdo uma vez para cada projétil, está em que vocês não olham para longe, não procuram aprender mais a cada dia. O aprendizado é só uma maneira de encarar o mundo, e pode te dar várias esperanças, ao menos vários interesses.
- O senhor me acha viciado na minha mediocridade? Ora, por que um homem perde a fé? Deixe-me contar-lhe uma história. Certa vez eu ia por uma estrada com pouco dinheiro no bolso. Pelo caminho vinham dois elementos suspeitos, que fariam correr a muita gente, ou no mínimo dispensá-los. Pus-me a conversar com eles. Eu, na verdade, estava com um primo bem mais novo que eu. Os homens perguntaram-me para onde ia, e de onde vinha. Respondi que ia adiante, e que vinha de uma festa, em companhia de meu primo. E você?, perguntei-lhe. "Eu moro por essas bandas", ele disse, "lá embaixo perto do banhado, entre aqueles casebres pobres". E estão aí também, aproveitando a noite? Estamos!, e ambos sorriram.
- Repare, continuou, que eles apenas conversavam, e era evidente a felicidade que aquela conversa produzia neles. Muitas vezes, os miseráveis se dão por satisfeitos em poder conversar com senhores tão nobres como eu, imagine como ao senhor ou ao rei! Há um ponto, em que muitos fatores se somam para derrubar uma auto-estima. Sua vida passa a ser um pesadelo, onde ninguém o olhará nos olhos, a não ser aqueles que odeia. O ódio, senhor, por que é? Todos serão odiosos, e ainda mais, e principalmente, aqueles com excesso de auto-estima! Sim, justamente esse tipo que na rua finge que não te vê. Isto torna o homem cínico: o desespero! Um ódio dolorido e doloroso, um redemoinho, onde o pior só traz o pior e o mal prolifera em mais mal! Este homem perde o pudor, perde a simpatia, perde a própria empatia - afasta-se de tudo e de todos, e arquiteta um plano. Vingança! é o que seu eu mais profundo repete, como a um mantra. Ele transfere todas as suas energias para o seu plano maligno, chegando a descuidar do próprio corpo, que antes era seu bastião mais sagrado, tão intensa é sua fúria, tão exclusivamente toma seu tempo e sua disposição, num processo cujo único fim... é a morte.
Ele olha para a frente, fitando o nada.
- Milhões morrem assim, concluiu.
- Então a doença é outra. O cinismo é apenas mais um de seus sintomas.
- E qual é a cura? Qual é a cura, senhor?, ele implorava.
- Sugiro um tratamento de choque. Quanto mais profundo o redemoinho, maior o choque.
- E o que fazer?
- Banho com máxima freqüência. Enquanto lavar o seu corpo, busque lavar a alma. Vasculhe cada fresta, enfrente cada problema de frente, com sabão e boas leituras. Você não deve se aferrar a dogmas. Lembre-se que tudo em excesso é prejudicial. Faça auto-análise, ou seja, livre-se daquelas causas, aqueles "fatores" que atacaram a auto-estima, um de cada vez. Se algum deles parecer insuperável, passe para o próximo. Você já está no processo de se afastar das pessoas? Ótimo! Afaste-se de vez! Mude de cidade, ou pelo menos de bairro. Procure cuidar de alguma coisa, plantas ou um animal. Trabalhe e durma, sem excessos. Se não puder mudar de casa, ao menos mude sua rotina. Mude ao máximo sua rotina. Crie um jardim. Cuide dele, e depois volte aqui.
O outro fitava-o com um misto de surpresa e apreensão.
- Mas há pessoas que fizeram tudo isso e continuaram cínicas.
- Creio que essas, na verdade, não desceram ainda o suficiente.
***
- Um homem sábio e justo como o senhor mataria um homem desarmado?
- Desarmado, talvez. POW!, acertou o outro no ombro. O outro cai e ele toma dele uma pistola, até então oculta.
- Mas em legítima defesa, é certo.
Com a arma do outro na mão esquerda, faz a mira entre os olhos: POW!
Moral da história: o cinismo pode até ser uma defesa, mas a melhor defesa, muitas vezes, é o ataque.