Sexo, Drogas e Rock 'n Roll
Friday, March 25, 2011
Sunday, March 20, 2011
Tao Te Ching 61-70
61A grande nação é como a foz de um rio,
como a fêmea receptiva
conectando tudo ao seu redor.
A fêmea geralmente vence o macho em silêncio,
tranquilamente pondo-se abaixo dele.
Por isso a grande nação ao colocar-se abaixo da pequena, conquista-a;
a pequena nação, colocando-se abaixo da grande, conquista-a.
Portanto, ou se está abaixo para conquistar ou se conquista por estar abaixo.
A grande nação apenas deseja unir e cultivas as pessoas,
a pequena nação apenas deseja ser convidada e poder trabalhar pelas pessoas.
Ambas podem obter o que desejam,
caso a grande nação se coloque abaixo das demais.
62
O Tao reside na profundidade.
O Tao, morada profunda das dez mil coisas.
Tesouro das pessoas boas, onde as não boas buscam proteção.
Belas palavras atraem respeito,
belas ações atraem e aperfeiçoam as pessoas.
Aqueles que não são bons, como abandoná-los?
Quando um novo governante assume e se renovam os três poderes,
ainda que tenhas um cetro de jade desfilando à frente de quatro cavalos,
não seria tão bom presente quanto manter-se junto ao Tao.
Por que os antigos valorizavam tanto o Tao?
Não seria porque:
quem o deseja alcança;
quem tem culpa, por ele evita o mal.
Por isso é no mundo inteiro tido como valioso.
63
Faça o não-fazer,
preocupe-se com preocupação nenhuma,
saboreie o sem sabor.
Considere grande o pequeno,
considere muito o pouco,
retribua ressentimentos com virtude.
Perceba a facilidade no difícil,
faça o grande por partes.
Os assuntos difíceis do mundo
devem ser abordados por seu lado fácil.
As grandes questões do mundo
devem ser tratadas em pequenas partes.
Portanto, o sábio não age "grande",
e assim atinge sua grandeza.
Quem faz promessas fáceis
não merece muita confiança.
Muito fácil deve ser muito difícil.
Por isso o sábio vê dificuldade em tudo,
assim a dificuldade desaparece.
64
O que é tranquilo é facilmente manejado,
o que está longe de acontecer pode ser melhor planejado.
O que é frágil quebra-se facilmente,
o que é leve é facilmente espalhado.
Aja sobre as coisas antes que aconteçam,
corrija-as antes que necessitem correção.
Uma árvore tão larga quanto o seu abraço
cresce a partir de um fino broto.
Um edifício de nove andares
é erguido sobre um punhado de terra.
Uma viagem de quinhentos quilômetros
começa com um simples passo.
Quem age sobre algo costuma estragá-lo,
quem agarra algo costuma perdê-lo.
Por isso o sábio não age e assim nada estraga,
nada agarra e assim nada perde.
As pessoas em suas tarefas geralmente
acertam uma parte e então fracassam.
Cuidassem do final como do início,
então não fracassariam.
Por isso o sábio deseja não desejar,
não valoriza bens difíceis de conseguir,
aprende a não aprender,
volta aonde os outros passam reto,
assim contribui com a natureza de todas as coisas,
mas não ousa agir.
65
Os antigos que aplicavam bem o Tao
não buscavam educar o povo
mas o mantinha puro e simples.
Um povo educado é de difícil governo,
pois tendem a ser "espertos" demais.
Por isso,
governar uma nação com certo tipo de sabedoria
é uma traição à nação,
governar uma nação sem esse tipo de sabedoria
é uma felicidade à nação.
Aquele que conhece essa oposição
a usa como referência e método.
Conhecer essa referência e método
é chamado "virtude misteriosa".
"Virtude misteriosa"
profunda e de longo alcance!
Opondo-se aos outros
consegue grande convergência.
66
Rios e mares são senhores de centenas de vales,
colocando-se bem abaixo tornam-se senhores de centenas de vales.
Por isso o sábio,
quando quer colocar-se acima do povo,
coloca seus dizeres abaixo dele;
quando quer liderar o povo,
coloca seu corpo atrás dele.
Por isso o sábio fica acima do povo,
mas este não sente seu peso;
fica na frente do povo,
mas este não vê nisso mal.
Por isso todos celebram
e com ele avançam sem desprazer.
Como não compete,
ninguém pode com ele competir.
67
Todos dizem que meu Tao é grande,
mas parece desprezível.
Justamente por ser grande
é que parece desprezível.
Se assim não fosse,
há muito sua pequenez seria conhecida.
Eu tenho três tesouros
que seguro e protejo.
O primeiro se chama misericórdia.
O segundo se chama moderação.
O terceiro se chama não se atrever a ser o primeiro no mundo.
Misericórdia, e poderá ter coragem.
Moderação, e poderá ser expansivo.
Não se atrever a ser o primeiro no mundo,
e poderá se tornar grande e útil.
Hoje se quer ter coragem sem misericórdia,
ser expansivo sem moderação,
ser o primeiro sem ser o último.
O resultado disso é a morte!
Aquele que luta com misericórdia
alcança a vitória,
sua defesa é firme.
Os céus irão ajudá-lo
e sua misericórdia o protegerá.
68
Bons oficiais não são belicosos.
Bons guerreiros não se guiam pelo ódio.
Bons vencedores não se misturam aos vencidos.
Quem bem sabe usar as pessoas
coloca-se abaixo delas.
Isso se chama
virtude da não-competição,
força do uso das pessoas,
harmonizar-se com o céu -
a extrema virtude dos antigos.
69
Há um ditado sobre o uso militar:
"Não ouso iniciar a guerra, prefiro me defender;
não ouso avançar um centímetro, prefiro voltar um metro."
Isso se chama enfileirar tropas sem tropas,
repelir sem braços,
dispensar o inimigo sem inimigo,
manejar o exército sem exército.
Não há desastre maior que subestimar o inimigo,
subestimar o inimigo pode nos fazer perder nossos tesouros.
Por isso,
quando dois exércitos equivalentes se enfrentam
vence o mais piedoso.
70
Minhas palavras são muito fáceis de conhecer,
muito fáceis de praticar.
Mas em todo o mundo não há quem possa conhecê-las,
não há quem possa praticá-las.
Minhas palavras têm propósito,
minhas ações têm regras.
Apenas ninguém as conhece,
portanto também não me conhecem.
Raros me conhecem
e por isso me valorizam.
Portanto, o sábio veste roupas grosseiras,
mas é belo por dentro.
Saturday, March 12, 2011
Por esta longa estrada...
[não inventei não ó: http://www.google.com.br/ig/directory?hl=pt-BR&type=gadgets&url=www.elminiportal.com/pt/traduzioni/traduzioni.xml]muito triste joziel Bezerra de souza souza - 08/03/2011 - Denunciar este comentário
eu joziel conto minha istoria vamos simprificar falando assim quando um dia eu era solteiro eu ja tinha 32 anos onde ainda eu tinha livre arbitror onde eu pudia faser tudo quando um dia eu resolvie namorar e em seguida me casar com uma moça um pouco desconhecida apesar de eu ter ficado 6 meses namorando com aquela moça que na època tinha 23 anos e eu ter tirado ela da casa dos pais bom eu pencee que eu tinha envistido serto mais nâo foie bem assim pois os primeiros 12 meses parecia que era tudo flores nais nâo poram bem assim mais ai logoo noa primeros 5 anos foram uma escadinha de 5 filhos que nasceuro mais logoo no começo desse relacionamento eu ja vivia uma vida conturbada sem fins sem liberdade e muito siumes duentioo pois na quela oportunidade nâo era mais pocivel fucamos muuito tempo juntos pois seria muito ariscado uma briga e uma agreçâo è com isso eu evitava de todas as formas bom eu era um empresario e assim nunca permitie que a aqnela minha esposa trabalhace ai eu tive uma ideia de procurar um empregoo para aquela milher pois eu esperava que dava uma aliviada na queles conflitos ja que era muitos ai uma dia eu escrevie aqurla mulher em um concurço onde eu me carreguei de pagar atacha e eu mesmo acompanhar todo procedimentos ater que ela foi aprovada e esperava aquele empegoo sair depois de esperar 4 anos pois se tratava de um concursso pubrico ai sim adona leçy fotam chamada para tomar posse queceria para trabalhar de agente escolar na escola rubès paiva ai sim vinheram os primeros pagamentos mais poriquive que parecia as coisas se desenhava -se uma poblematica muito pior pois ela ja se sentia dependente e assim nâo me obedecia mais e era uma mulher cada vez rebelde e assim estava armada uma abertura de aza para uma probrmatica ja que ela nâo se entendia mais comigoo em nada atè mesmo nâo rolava mais sexos pais eu ficava uma vez por semana com ela pois se eu enzigia mais ela mandava procurar na rua ou pagar entâo nessas altura eu ja estava comprometido pois eu ja tinha uma escadinha de filhos de idades entre 17 a 18 anos entre esses 6 filhos eles tinha muitos anigos e amigas onde muitos viviam dentro da minha casa onde comia bebia e muitos muitas dormiam na minha casa so que um dia uma garota que chama-se thais foi se engraçando pormim dentro da propia minha casa onde essa garota enicior um forte relacionamento muito forte se deu aza para forte envolvimento paixâo e compricidade onde aconteoo de tudo muitas brigas e envolvimente intigrante onde nâsceoo uma filha que tem o nome de lavinne e huma linda menina menina onde essse romance rolla ja 9 anos pois athais hoje està com 30 anos e hma linda filha com o nome de lavinne pois eu gosto muito dela para mim ela e minha amante mais gostosa desse mundo pois bem sei eu que nem uma mulher nesse mundo pode ser tanho gostosa mou amor minha paixâo meu tudo porfavor pessoal reza ou ora por joziel e thais eu hoje tem 49 anos e athais tem 30 anos e huma linda filha de 7 anos obrigada pessoal bjs
marido sem noçaõ ex agora neide nascimento - 21/02/2011 - Denunciar este comentário
TENHO EU estou triste por ter ajido serto a vida intera crie meus filhos com muito esforsso tehno 57anos casada a26ano sofridos ate o dia 12 dejaneiro meu marido bebeu e outras coizas mais agredui meu neto de 3 anos fui em defeza do meu neto pois queria bater na boca da criança naõ deixei por isso ele me agrediu mandei embora naõ quero um homem que dorme na minha cama e que me agride naõ estou arrependia so quero ser filiz so mulher sofisciente para cuidar de mim nunca dependi dele mesmo aposentada faso os meu trabalho que da para fazer TENHO mnha casa tenho meus filhos casados e souteiros eu so quro e ser filiz eter amigos de verdades
o poder das palavras
HOMOSSEXUALHOMÚNCULO
HONESTIDADE
HONESTO
HONORABILIDADE
HONORÁRIO
HONORÍFICO
HONRA
HONRADEZ
HONRADO
HONRAR
HONRARIA
HONROSO
HÓQUEI
HORA
HORÁRIO
HORDA
HORIZONTAL
HORIZONTE
HORÓSCOPO
HOROSCÓPIO
HORRENDO
HORRIPILANTE
HORRÍVEL
HORROROSO
HORTA
HORTALIÇA
HORTELÃ
HORTELÃO
HORTÊNSIA
HORTICULTOR
HORTICULTURA
HORTO
HOSPEDAGEM
HOSPEDAR
HOSPEDARIA
HÓSPEDE
HOSPEDEIRA
HOSPEDEIRO
HOSPÍCIO
HOSPITAL
HOSPITALEIRO
HOSPITALIDADE
HOSPITALIZAÇÃO
HOSPITALIZAR
HOSTE
HÓSTIA
HOSTIL
HOSTILIDADE
HOSTILIZAR
HOTEL
HOTELEIRO
HUGUENOTE
HULHA
HULHEIRA
HUMANIDADE
HUMANISMO
HUMANISTA
HUMANITÁRIO
HUMANITARISMO
HUMANIZAR
HUMANIZAR-SE
HUMANO
HUMILDADE
HUMILDE
HUMILHAÇÃO
HUMILHANTE
HUMILHAR
HUMO
HOMOR
HUMORADO
HUMORISMO
HUMORISTA
HÚMUS
HURRA!!!
Friday, March 11, 2011
Freud explica
"Se, depois de nos orientarmos, nos voltarmos outra vez às doutrinas religiosas, podemos repetir: todas são ilusões, são indemonstráveis, e ninguém pode ser obrigado a tomá-las por verdadeiras, a acreditar nelas. Algumas são tão inverossímeis, se encontram de tal modo em contradição com tudo que descobrimos arduamente sobre a realidade do mundo, que podem ser comparadas - considerando devidamente as diferenças psicológicas - às ideias delirantes. É impossível julgar o valor de realidade da maior parte delas. Assim como são indemonstráveis, também são irrefutáveis. (...)"Neste ponto, pode-se estar preparado para a seguinte objeção: 'Bem, se até os céticos encarniçados admitem que as asserções da religião não podem ser refutadas pelo entendimento, por que não devo acreditar nelas, visto que possuem tanto a seu favor - a tradição, a concordância das pessoas e tudo o que há de consolador em seu conteúdo?'. Sim, por que não? Da mesma forma que ninguém pode ser forçado a crer, ninguém pode ser forçado a não crer. Mas que ninguém se compraza no autoengano de que com tais justificativas está seguindo os caminhos do pensamento correto. Se a condenação de 'desculpa esfarrapada' cabe em algum lugar, então é aqui. Ignorância é ignorância; dela não deriva nenhum direito de acreditar em algo. Nenhum homem racional se comportará tão levianamente em outros assuntos nem se contentará com fundamentações tão miseráveis para seus juízos, para sua tomada de partido; ele se permite isso apenas em relação às coisas mais elevadas e mais sagradas. Na verdade, são apenas esforços para criar a ilusão, diante de si mesmo e dos outros, de que ainda se acredita na religião quando há muito já se está desligado dela. Quando se trata de questões de religião, as pessoas se tornam culpadas de todo tipo de insinceridade e maus hábitos intelectuais. Há filósofos que expandem o sentido das palavras até que estas mal conservem algo de seu sentido original; chamam de 'Deus' qualquer abstração nebulosa que criaram e então são deístas, crentes em Deus, diante de todo mundo; podem até se vangloriar por terem descoberto um conceito de deus mais puro, mais elevado, embora o seu deus seja apenas uma sombra sem substância e não mais a personalidade poderosa das doutrinas religiosas. Há críticos que insistem em declarar que uma pessoa que reconhece o sentimento da pequenez e da impotência humanas diante do todo do mundo é 'profundamente religiosa', embora não seja esse sentimento o que constitua a essência da religiosidade, mas apenas o passo seguinte, a reação a esse sentimento, a busca de auxílio contra ele. Quem não vai adiante, quem se conforma humildemente com o papel insignificante do homem na vastidão do mundo, é antes irreligioso no mais verdadeiro sentido da palavra."
- Freud, O futuro de uma ilusão. Ed. L&PM Pocket. Pp. 86-89.
Thursday, March 10, 2011
Natureza em 2 atos
A NaturezaEstamos perdidos numa escuridão tremenda, como a noite que cai na escureza de matas distantes, ainda que pontilhada de bilhões de pequenos sóis, a nos olhar e piscar, como se cientes de que nós somos eles, e que eles são nós.
E afora, além distante de tudo, o mais distante, quantos outros sóis e semisóis e arcos de tempos e semitempos e hiatos de nuvens e seminuvens. Quantas coisas e semicoisas haverão de se repetir mais e mais além da compreensão?
E do pó das estrelas formaram-se elementos, dos elementos substâncias, das substâncias padrões de comportamento, dos padrões, replicação. Da replicação surgiu a vida.
E em quantas estrelas haverão de surgir outras vidas, de outros padrões substâncias elementos? Em quantas semiestrelas, quantas semividas? E fora de tudo que se há para ver, antes do início do tempo e depois do seu fim, outras explosões semelhantes - ou não - se repetem com novos elementos substâncias padrões de comportamento, replicação e vida.
Essa é a Lei. Sempre foi assim. Sempre será assim. Há início e fim apenas das fases que podemos enxergar.
Comportamento
Mística lira de dez mil cordas, mãe de todas as vidas. Sua música é feita de cores, formas, sons e comportamento. Tudo que se replica se modifica, tudo que se modifica, ao se replicar, passa adiante parte de suas modificações.
Vida e morte se renovam e dão liberdade de movimento para as modificações. Cada geração é um teste, uma experiência, uma nova tentativa. As populações são o caldeirão da vida, onde fermentam possibilidades, onde a modificação e a réplica, a cópia mal-feita e o embaralhamento gênico acontecem.
Tudo que puder ser feito será feito. Como um gás se expande, os comportamentos são também expansivos. Todos os nichos são ocupados. A pressão do crescimento replicante força a ocupação de novos nichos, e a própria matéria viva vai servindo de substrato para mais vida.
Do primeiro replicador ao segundo, do segundo ao terceiro, do terceiro ao quarto, do quarto replicador aos dez mil seres. Todos repetindo os comportamentos herdados dos ancestrais, sempre com modificações, sempre se expandindo para fora e para dentro, buscando todos os espaços disponíveis. Crescendo.
Acidentes imprevistos diminuem o crescimento, mas não o param. O crescimento volta.
Novas ordens de complexidade se acumulam. O crescimento não é só em tamanho, mas em número de membranas, voltas e vesículas, túbulos, canais e núcleos, movimentos, comportamentos, táticas.
De uma molécula que responde à luz surgem ocelos, omatídeos, olhos. De uma molécula que responde à pressão surge o tato. De uma molécula que responde ao som surge o ouvido. De uma que responde a outras moléculas surgem o paladar e o olfato. De tudo isso, imagens em movimento, sons e sabores, cheiros e texturas, surgem noções e sentidos. Com a memória, surgem sentimentos, estados de espírito, emoções.
A extensão da memória permite a abstração, a representação do mundo em símbolos, quantidades, qualidades, nomes. A quantificação é a primeira forma de razão. Quando os animais começam a andar e a competir em bandos, surge logo o reconhecimento da vantagem numérica. A razão, assim, surge muito antes da humanidade, embora tenha encontrado nesta o seu ápice atual (uma questão temporária e fortuita, tão breve na escala do tempo quanto o sussuro de um dinossauro já extinto).
O discernimento, outro tipo de razão, chama logo de bem o que é bom para os tecidos, para a saúde, para a capacidade de replicar e criar. Este é o primeiro tipo de bem, o bem fisiológico.
O comportamento social define a humanidade, mas não é encontrado apenas nesta. Vários outros animais também encontraram na formação de bandos uma tática segura num mundo efêmero. Em todos eles as questões de individualidade e coletividade se tocam com regularidade.
O coletivo é mais sagrado que o indivíduo, pois uma pessoa deixada sozinha no planeta logo não teria razão para viver. Assim surge o altruísmo, o bem social. Com memória e indivíduos reconhecidos, identificados, nomeados, o bem que se faz é devolvido num benefício maior que a soma das partes.
Num meio social, coletivo, é natural que surjam variantes não reprodutivas, isso também acontece com outros animais. Essas variantes contribuem de outras formas para a coletividade.
Há uma tensão constante entre o que é e o que será, entre o comum e o específico, entre os extremos de cada variação - tamanho, cor, formato, voz, velocidade, peso, ... - e suas distribuições pela população. Entre a homogeneidade, a identidade do grupo, e a variação que o enriquece.
E foi assim que, de pequenas células com vesículas e membranas dobradas inúmeras vezes, que se aglutinaram em corpúsculos que cedo dividiram tarefas, e os tipos de corpúsculos foram aumentando e se diferenciando, e eram já animais a essa altura. Dos primeiros animais surgiram alguns com vértebras e mandíbulas, depois patas e âmnion, depois placentas e úteros, e aqui já tinham leite e pêlos, e continuaram a replicar e divergir e criar e ocupar novos nichos. E dentre esses, os primatas, animais curiosos e inteligentes, velozes e ágeis, manipuladores cuidadosos e criativos, foram surgindo animais realmente grandes e lentos, pesados e longevos. Foram chamados grandes antropóides. Nessa parte da árvore da vida, houve um ponto em que a inteligência começou a conseguir mais fartura que a força, e então o tamanho voltou a diminuir e a inteligência continuou aumentando. E seriam estas a virtude e o vício de nossa espécie por ainda muito tempo, não se sabe quanto tempo.
Porém, a inteligência individual não é a mesma inteligência coletiva. Há um abismo a ser transposto. Durante o período de milhões de anos em que não passamos de 200 indivíduos por bando, tivemos tempo de nos adaptar - até geneticamente - a uma inteligência coletiva que montamos de alguma maneira e que funcionou de forma relativamente adaptada ao ambiente. Então um dia abandonamos o limite de 200 pessoas que a memória estava dimensionada a armazenar e incrementamos esse número até os vários milhões. A máquina biológica, genética, evidentemente não acompanhou o ritmo dessa mudança, e precisamos usar a razão, a inteligência individual e semicoletiva, para criar a inteligência coletiva maior, hoje um processo em conturbada evolução.
A satisfação e riqueza individuais estão relacionadas a um mínimo de recursos alimentares, ambientais, sociais. Há várias maneiras pelas quais esse mínimo de recursos pode ser usurpado por outros indivíduos. É preciso mapear esse mínimo e sua produção, transporte e uso, para conseguirmos alcançar a satisfação e a riqueza coletivas.